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Novo modelo de gestão da Tsyla Balbino agrega valor à unidade e angaria resultados positivos

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19.12.2014

O novo modelo de gestão implantado pela Maternidade Tsyla Balbino em 2011, proposto pela Rede Cegonha e com foco na gestão participativa e na humanização, tem angariado resultados bastante positivos para a unidade e para as gestantes. A proposta já preconizada pelo Ministério da Saúde inclui as diretrizes da cogestão, ambiência, vinculação e acolhimento com classificação de risco. Os avanços nestes três primeiros anos são significativos e hoje a maternidade já consolidou a implantação de importantes rotinas, como o acolhimento, colegiado gestor, além da vinculação com os distritos sanitários da região, só para exemplificar.

Na prática, as mudanças são consideráveis. Atualmente, toda mulher internada na unidade, independente do diagnóstico, tem direito a um acompanhante de sua livre escolha. O acompanhamento de um ente familiar tem auxiliado na redução das distócias. Também foi ampliado o estímulo à amamentação na primeira hora de vida do bebê. Outra mudança foi a adoção do clampeamento oportuno do cordão umbilical. As evidências mostram a importância de clampear nos três primeiros minutos, o que aumenta o vínculo e as trocas entre bebê e mãe. Isso, além dos métodos não-farmacológicos para alívio da dor, que têm reduzido o índice de episiotomia, que é o corte no períneo.

Para a enfermeira obstétrica Maria Lúcia Oliveira, que atua há 32 anos na unidade, as transformações têm gerado uma satisfação muito maior das pacientes. “Percebemos um aumento na busca por nossa unidade, justamente por causa destas mudanças. Além disso, a mudança de posicionamento no atendimento pelas equipes multidisciplinares contribuiu para esta evolução. Hoje contamos também com nutricionista e psicólogo, que acompanham todo o processo. É um trabalho em equipe, possibilitado pela coordenação da maternidade, que tem se empenhado em melhorar a assistência das mulheres”, destacou.

Evolução – A Maternidade Tsyla Balbino tem 55 anos de existência, administrada pela Secretaria de Saúde do Estado. O modelo assistencial adotado a partir de 2011 teve o propósito de adequar suas práticas ao atendimento humanizado e digno preconizado pelo Sistema Único de Saúde. Para a diretora geral da unidade, enfermeira Rita Calfa, o grande diferencial está na equipe de trabalho, que incorporou a novidade, dando prioridade aos direitos das mulheres, com base nas evidências científicas e o propósito comum de satisfazer a clientela.

“Nesse curto período de tempo em que estou à frente da MTB, posso dizer que é possível constituir espaços coletivos e realizar enfrentamentos capazes de modificar as práticas de atenção e gestão do cuidado a mulheres e crianças. Garantir acesso e integralidade são os principais desafios dos serviços de saúde. Trabalhamos impulsionados pelo Ministério da Saúde, com o objetivo de melhorar a assistência obstétrica e neonatal na Bahia. Inúmeros avanços ocorreram e continuaremos com a missão de atender de forma cada vez mais qualificada e humanizada”, ressaltou Rita.

O obstetra e coordenador da obstetrícia do hospital, Dr. José Luiz Brandão de Oliveira, mais um profissional da unidade que abraçou a causa, salientou a importância de o parto passar a ser entendido como um momento especial que deve ter a coparticipação da paciente, dos familiares e da equipe médica. “A implantação deste novo modelo significou uma melhoria na qualidade da atenção à mulher e ao recém-nascido. A paciente passou a ser protagonista deste momento. É a importância do empoderamento. Este modelo é o que deve ter sustentabilidade futura, pois faz com que toda a equipe esteja integrada na realização do parto, porque têm a colaborar, especialmente a mulher”, pontuou.

Retorno – As novidades têm agradado também à população. “Utilizo o serviço da maternidade há anos e sempre fui muito bem tratada. Já estive internada em situação de abortamento, sou acompanhada pelo serviço de ginecologia do ambulatório, já fiz cirurgias. Minha filha fez o pré-natal e teve o parto realizado na Tsyla Balbino. Sempre que procurei os serviços fui muito bem atendida. Pra mim isso aqui é a mãe Tsyla”, afirmou a baiana de acarajé Virgínia Lucia dos Santos.

Já Claudia Regina, que acompanhou o parto da nora Érica Silva, destacou a satisfação com o serviços prestados na unidade: “Estou muito satisfeita com o atendimento, desde a portaria até a equipe que fez o parto de Érica, que foi lindo, no chuveiro. Foi muito especial. estão todos de parabéns”. A própria Érica Silva fez questão de se manifestar, agradecendo a forma como foi acolhida na unidade: “Estou muito feliz com o atendimento, meu primeiro parto foi muito especial. Tenho de agradecer a todos pelo carinho e amor com o meu bebê. Eu e a Ana Isabelly agradecemos”.

A neonatologista Dra. Fátima Magalhães trabalha na unidade há quase 30 anos e confirma a mudança de postura da Tsyla Balbino: “Houve muito progresso, muita mudança significativa nos últimos três anos. Aconteceu muita coisa, tudo para melhor. Algumas questões foram fundamentais para a qualificação do atendimento, como a individualização das camas, a presença do acompanhante, o manual de boas práticas elaborado pelo Colegiado Gestor, a garantia dos direitos da paciente. A Tsyla é a unidade que socorre a Bahia. Aqui não fechamos as portas para ninguém”.

A médica destacou ainda a capacitação como um dos critérios de destaque nesta evolução. Na unidade foram oferecidos Curso Also, de suporte avançado de vida em obstetrícia, capacitando os profissionais de saúde a gerenciarem emergências obstétricas; Curso AMIU, de técnica de aspiração manual intrauterina; Curso de de Vácuo Extrator, menos invasivo que o fórceps; além de curso de assistência à mulher vítima de violência. Ela lembrou ainda da adoção do Cpap Nasal e da construção da unidade de cuidado neonatal convencional como avanços significativos desse novo modelo de gestão.