Bahia ainda não atingiu meta de vacinação contra febre amarela

A vacinação acontece na capital baiana, de segunda a sexta-feira (exceto feriados), das 8h às 17h, em todas 126 salas de vacina da rede municipal.

18.01.2018

A febre amarela é uma doença infecciosa grave, causada por vírus e transmitida por vetores. As primeiras manifestações da doença são repentinas: febre alta, calafrios, cansaço, dor de cabeça, dor muscular, náuseas e vômitos por cerca de três dias.

Para evitar a doença, um dos métodos de proteção individual é a aplicação da vacina. No entanto, a Bahia ainda não atingiu a meta recomendada pelo Ministério da Saúde de imunizar 95% da população. Em todo o estado, cerca de 2,6 milhões de pessoas precisam ser vacinadas, metade delas está em Salvador: 1,3 milhão. O prazo para o cumprimento da meta se encerra em março, mas apenas 10% dos municípios conseguiram alcançar o resultado.

De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde de Salvador (SMS), há doses suficientes para 1,338 milhão de pessoas ainda não imunizadas. A vacina que está sendo administrada ainda é a de dose única, ou seja, não há necessidade de uma dose de reforço. Mas, a Bahia vai adotar a dose fracionada da vacina contra a febre amarela em campanha a ser realizada em 8 municípios, de 19 de fevereiro, após o fim do carnaval, até 9 de março. O dia 24 de fevereiro será o dia D de mobilização

Na capital baiana, a vacinação ocorre de segunda a sexta-feira (exceto feriados), das 8h às 17h, em todas 126 salas de vacina da rede municipal. A orientação é que o usuário esteja portando o cartão SUS e a caderneta de vacinação.

Contraindicação: Segundo a SMS, a vacina é contraindicada para idosos acima de 60 anos, crianças menores de seis meses, gestantes, mulheres que amamentam crianças de até seis meses, pacientes em tratamento de câncer e pessoas imunodeprimidas. Para estes grupos, a orientação é que a pessoa busque ajuda médica, cujo profissional de saúde avaliará o benefício e o risco da vacinação, levando em conta a possibilidade de eventos adversos.

Transmissão

Todos os casos de febre amarela que ocorreram no Brasil nos últimos anos são da variedade silvestre, ou seja, a transmissão é feita pelo mosquito Haemagogus. Já no caso da febre amarela urbana ( desde a década de 1940, não há casos desse tipo no país), o mosquito Aedes Aegypti é o principal vetor.

Na febre amarela silvestre, a fêmea do mosquito se alimenta do sangue de macacos ou de humanos. Se um deles estiver contaminado, o inseto passa a atuar como vetor de transmissão. Mas é importante dizer que não são os primatas os responsáveis por transmitir a doença – quem o faz são os mosquitos Aedes aegypti, que também transmitem a dengue, zika e chikungunya. Mesmo infectados, os macacos não são capazes de repassar a doença, servem apenas de indicativo de alerta para a doença.

Informações para profissionais

Características clínicas e epidemiológicas

A febre amarela é uma doença febril aguda, de curta duração (no máximo 12 dias) e de gravidade variável. A forma grave caracteriza-se clinicamente por manifestações de insuficiência hepática e renal, que podem levar à morte. Deve-se levar em conta seu potencial de disseminação em áreas urbanas.

Sinonímia

Não há.

Etiológico

Vírus RNA. Arbovírus do gênero Flavivirus, família Flaviviridae.

Reservatórios

Em ambas as formas epidemiológicas os mosquitos vetores são os reservatórios do vírus amarílico.

Na doença urbana, o homem é o único hospedeiro com importância epidemiológica. Na forma silvestre, os primatas são os principais hospedeiros do vírus amarílico e o homem é um hospedeiro acidental.

Modo de transmissão

Somente pela picada de mosquitos transmissores infectados.

Período de incubação:

De 3 a 6 dias após a picada do mosquito.

Período de transmissibilidade:

Inicia-se de 24 a 48 horas antes do aparecimento dos sintomas e vai até 3 a 5 dias após o início dos sintomas, período em que o homem pode infectar os mosquitos transmissores. Esse período corresponde ao período de viremia. O mosquito, após ter sido infectado, é capaz de transmitir a doença por toda sua vida.

Diagnóstico diferencial:

O diagnóstico das formas leve e moderada é difícil, pois pode ser confundido com outras doenças infecciosas do sistema respiratório, digestivo ou urinário. Formas graves com quadro clínico clássico ou fulminante devem ser diferenciadas de malária, leptospirose, febre maculosa, febre hemorrágica do dengue e dos casos fulminantes de hepatite.

Diagnóstico laboratorial:

O diagnóstico pode realizado por isolamento do vírus amarílico e detecção de antígeno em amostras de sangue ou tecido e por sorologia. Também podem ser realizados exames de histopatologia em tecidos pos morten.

Tratamento:

Não existe um tratamento específico no combate à febre amarela. O paciente deve permanecer em repouso, com reposição de líquidos e perdas sanguíneas quando necessário. Os casos grave devem ser atendidos em UTI (Unidade de Terapia Intensiva), de modo que as complicações sejam controladas e o perigo da morte, eliminado.

Vigilância epidemiológica:

Tem por objetivos manter erradicada a febre amarela urbana e controlar a silvestre. Todos os casos suspeitos da doença devem ser investigados, visando mapeamento das áreas de transmissão e identificação de populações de risco para prevenção e controle.

Notificação:

Ocorrência de suspeita de febre amarela deve ser notificada imediatamente e investigada o mais rapidamente possível, pois se trata de uma doença grave e de notificação compulsória internacional – todos os casos suspeitos devem ser informados às autoridades sanitárias, já que um caso pode sinalizar o início de um surto, o que pede medidas de ação imediata de controle.

 

Plano de Intensificação das Ações de Prevenção e Controle da Febre Amarela

No ano de 2001, a SVS, à época, Cenepi/Funasa, implementou o Plano de Intensificação das Ações de Prevenção e Controle da Febre Amarela com o objetivo de reduzir a incidência da forma silvestre e impedir a ocorrência da forma urbana, erradicada desde 1942. A febre amarela do tipo silvestre não pode ser erradicada, já que o vírus circula naturalmente nas matas entre os macacos e vetores silvestres – mosquitos dos gêneros Haemagogus e Sabethes – que transmitem a doença para seres humanos depois de picar os macacos contaminados. Mas existem formas de prevenção e controle eficazes que vêm sendo implementadas pelo Plano de Intensificação.

Um dos pilares fundamentais do Plano é o fortalecimento da vigilância epidemiológica da doença nos estados e municípios do País. Para isso, profissionais da área de saúde foram capacitados em todos os estados, tanto em vigilância específica da febre amarela como no manejo de primatas não humanos (macacos), o que possibilitou a implementação da vigilância de epizootias (morte de macacos). Em geral, epizootias causadas por febre amarela antecedem a ocorrência de casos humanos, e a atenção dos profissionais de saúde para esses eventos pode evitar surtos e epidemias. A SVS também aumentou a capacidade para diagnóstico da febre amarela em 19 laboratórios da rede pública nacional.

Outro pilar em que se baseiam as ações da SVS para o controle e prevenção da doença é a vacinação. A febre amarela é uma doença grave que não possui tratamento específico, entretanto, possui uma vacina segura e eficaz. No Brasil, a vacinação está indicada a partir dos 9 meses de idade para todos os residentes das áreas de risco – endêmica, transição e risco potencial (ver mapa) – e para viajantes que se dirigem para estas áreas (ver recomendações para viajantes). A vacina é gratuita e está disponível em postos de saúde de todos os municípios do País e tem validade de dez anos.

A meta de vacinação é atingir 100% da população em todos os municípios das regiões endêmicas, de transição e de risco potencial para a doença. E para isso, a SVS estimula estratégias diferenciadas: fora as salas de vacinação distribuídas por todo o território brasileiro, a vacina é dada de casa em casa aos moradores de zonas rurais, postos são montados em escolas e existe uma mobilização social feita em conjunto com o Programas de Agentes Comunitários de Saúde (PACS) e o da Saúde da Família (PSF). Outras estratégias relacionadas com a vacinação incluem o monitoramento rápido da cobertura nos municípios, avaliação sistemática dos eventos adversos da vacina e atividades de sensibilização para vacinação de adultos e de populações vulneráveis, como bóias-frias, pessoas assentadas ou que moram em acampamentos dos sem terra, caminhoneiros e população indígena. Tudo feito em parceria com a gestão municipal, estadual e instituições não governamentais.

Fonte: Correio24horas/Ministério da Saúde/Fiocruz

 

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