Coren-BA realizou 5º Encontro Baiano de Auxiliares e Técnicos de Enfermagem com sucesso de público

O evento trouxe como tema central a discussão sobre os impactos para a enfermagem das reforma trabalhista e previdenciária.

28.11.2017

Mais de 200 profissionais e estudantes da saúde lotaram o auditório do Hotel Fiesta, na abertura do 5º Encontro Baiano de Auxiliares e Técnicos de Enfermagem, realizado na última sexta-feira (24). Promovido desde 2013 pelo Conselho Regional de Enfermagem da Bahia (Coren-BA), o evento trouxe como tema central a discussão sobre os impactos para a enfermagem das reforma trabalhista e previdenciária.

A sessão solene de abertura foi aberta pelo coral “Canto da Cegonha”, grupo formado por colaboradores da Maternidade de Referência José Maria de Magalhães Neto, que sob muitos aplausos e pedidos de bis, realizou uma apresentação cheia de energia e positividade.

Em seguida, participaram da mesa de abertura Julieta Velozo, Conselheira do Coren-BA e coordenadora da comissão organizadora do evento; Maria Luisa Almeida, presidente do Coren-BA; Ronaldo Bezerra, presidente do Coren-PB; José Antônio da Costa, presidente da Associação Nacional de Técnicos e Auxiliares de Enfermagem (ANATEN); Jefferson Caproni, Conselheiro do Coren-SP e membro da Comissão Nacional de Auxiliares e Técnico de Enfermagem (CONATENF), além da vice-presidente da Associação Brasileira de Enfermagem (ABEN-BA), Mariana Moraes.

Em sua fala, a coordenadora do Encontro, Julieta Veloso fez uma abordagem sobre o tema central e agradeceu as ações realizadas com a gestão Novo Tempo, destinadas aos profissionais de nível médio. “Os técnicos e auxiliares alcançaram um grande espaço com esta gestão, precisamos sempre estar unidos e lutando por mais conquistas”.

Jefferson Caproni salientou a importância do debate sobre as reformas em questão e afirmou que o Coren-BA sai na frente ao promover a discussão sobre o assunto e alertar os profissionais dos impactos gerados pelas mudanças na legislação. “Falar de reforma sugere algo bom, positivo, mas hoje, com estas mudanças, não há reforma nesse sentido e sim deformidade, nenhum profissional ou sindicato foi consultado em relação às alterações, o Congresso Nacional está tomando decisões importantes por todos nós”, frisou.

Para o presidente da ANATEN-Nacional, José Antônio da Costa, o Encontro se destaca ao congregar e propiciar conhecimento, dando visibilidade às questões que envolvem essas duas categorias profissionais. “Quando vemos um evento repleto de profissionais, mesmo depois do tsunami que foi essa reforma trabalhista, dá um sentimento de esperança, que podemos mudar”.

Ainda durante a mesa de abertura, a enfº Mariana Moraes apontou a importância da reflexão política diante das reformas impostas pelo legislativo, denominando o cenário de “perturbador”. “Estas reformas impactam diretamente a nossa categoria, precisamos nos mobilizar”, alertou a vice-presidente da ABEN-BA.

Ronaldo Bezerra também elogiou a gestão Novo Tempo, destacando a liderança da presidente Maria Luísa como fundamental: “Precisamos de pessoas compromissadas com o trabalho do Conselho, livres de politicagem, representantes da nossa categoria profissional” apontou o presidente do Coren-PB sugerindo ainda que nas próximas eleições, os participantes refletissem sobre a inclusão de um representante da enfermagem no Congresso Nacional.

A presidente Maria Luísa, já em clima de despedida da presidência do Coren-BA, , relatou que a realização do 5º EBATE fecha o triênio 2015-2017 de forma positiva ao mobilizar um “exército de trabalhadores” contra a reforma trabalhista. “Temos que elevar nossa autoestima, trocar ideias, temos a obrigação de fazer frente, ir às ruas, somos mais de 118 mil profissionais de enfermagem”.

Conferência – “Enfermagem e Cidadania: Nenhum direito a menos” foi o tema central da apresentação realizada pela Professora da Escola de Enfermagem Anna Nery e da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), doutora em Enfermagem, Ivone Cabral.

A enfermeira iniciou a palestra destacando que as reformas trabalhista e previdenciária são assuntos previstos desde a década de 1970 no relatório do Banco Mundial. Mas, em função dos movimentos de resistência, essas mudanças legislativas chegaram aos países em épocas diversas.

Por participar e coordenar projetos de pesquisa a nível nacional e internacional, Ivone realizou diversas viagens pela América Latina onde pôde acompanhar de perto as mudanças legislativas em outros países. “Na Colômbia as reformas aconteceram há 12 anos, a carga horária mensal do trabalhador é de 48 horas, as férias foram reduzidas para 15 dias, não existe salário mínimo e carteira de trabalho” exemplificou a professora.

Através da explanação de conceitos, Ivone também mostrou como um governo sustentando por ideias liberais dissemina informações para a população por meio de grandes investimentos em propaganda. “No Rio de Janeiro eles usam pessoas simples na propaganda, trabalhadores vendendo a reforma trabalhista como algo bom, eu não considero reforma, considero um desmonte congelar investimentos em educação e saúde por 20 anos”, frisou.

Além disso, Ivone Cabral alertou os participantes sobre a importância de manter a consciência política. “Não podemos colocar todos os políticos como ruins, precisamos da representação coletiva para não ficarmos isolados, as organizações coletivas são importantes, dão força a luta contra as opressões”.

A nova legislação que entrou em vigor no dia 11 de novembro, causou desconforto aos participantes que ficaram surpresos ao conhecer os impactos da reforma à categoria. “Não haverá mais sobreaviso, o salário terá como base as horas efetivamente trabalhadas. As contratações podem ser feitas verbalmente, não haverá formalidade. Se o trabalhador for à justiça reclamar da empresa, ele terá de arcar com os custos se não conseguir provar as falhas. Gestantes e lactantes poderão trabalhar em atividades insalubres”, apontou Ivone. 

 

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