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Palestra discutiu a invisibilidade, trabalho e valor social da Enfermagem

Assembleia Legislativa homenageou as (os) profissionais de Enfermagem

18.05.2018

Na manhã desta terça-feira (15/05), foi realizada, na Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA), em Salvador, a palestra Enfermeira (o) – Trabalho, Invisibilidade e Valor Social, ministrada pela professora, doutora em Enfermagem, Cristina Melo (UFBA) em comemoração à Semana Brasileira de Enfermagem. O evento, uma iniciativa da Frente Parlamentar em Defesa da Saúde e Institutos de Pesquisa Afins da Bahia em parceria com o Conselho Regional de Enfermagem da Bahia (Coren-BA), contou com a presença de profissionais, estudantes e representantes de organizações da Saúde.

Presidente da Frente Parlamentar, o deputado José de Arimatéia abriu o evento convidando a todos a pensar sobre o real sentido “desta tão falada ‘arte de cuidar’”: “É necessário desconstruir conceitos antigos, para reconstruí-los baseados na competência e no conhecimento científico, peculiar da profissão”, enfatizou.

Convidada a compor a mesa de abertura, a presidente do Coren-BA, Maria Inez Alves de Farias, ressaltou que o momento é de reflexão, ao destacar as condições precárias de trabalho a que estão submetidos os profissionais de enfermagem: “Falo das condições de trabalho, da precariedade dos vínculos e remunerações; das dobras de plantão e subdimensionamento de pessoal, que levam à sobrecarga de trabalho e adoecimento dos profissionais.

Ao iniciar a palestra, a professora Cristina Melo propôs ao público pensar sobre a forma como foi estabelecida a invisibilidade no campo da Enfermagem. Para isso, levantou dois fatores: o amor ao próximo, colocado como regente da existência do trabalho no campo da Enfermagem; e o fato de que 85% das profissionais que compõem este campo de trabalho são do sexo feminino.

A professora explicou que, por ter um número de profissionais majoritariamente feminino e por todo o contexto histórico do papel da mulher na sociedade, o cuidar no exercício da profissão foi equivocadamente associado ao amor ao próximo, à solidariedade. Ela observou ainda que o trabalho de enfermeiras, técnicas e auxiliares de enfermagem é confundido com o trabalho doméstico, feito por amor, o trabalho da mãe. “É importante entender que o trabalho de cuidar doméstico é fundamental, mas ele é invisível historicamente”.

Outro fator de invisibilidade destacado pela professora é que, embora o trabalho no campo da Enfermagem seja dividido em três profissões, estas profissionais são vistas e tem o seu trabalho restringido a uma única categoria – a Enfermagem. “A divisão técnica do trabalho no campo da Enfermagem torna as profissionais apagadas. Estou me referindo a qual profissão quando eu falo da Enfermagem?”.

Com este questionamento, o valor social e as questões que envolvem o trabalho, tais como: a qualificação profissional versus posição social, a precarização dos vínculos e as baixas remunerações, foram abordados e motivaram, ao final, o debate aberto ao público.

Durante a discussão, a enfermeira, professora da Universidade do Estado da Bahia (UNEB), Lilian Marinho, lembrou da luta pela regulamentação da jornada de trabalho em 30 horas semanais, pedindo apoio à Frente Parlamentar em Defesa da Saúde para esta pauta história das (os) trabalhadoras (es) da Enfermagem.

Ao encerrar a atividade, a professora Cristina Melo falou da importância de mobilização e conscientização política. “Não tenho a intenção de que concordem com o que foi dito aqui, o meu desejo é de levá-los a pensar, refletir sobre todas essas questões”, finalizou.

 

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