Papel da enfermagem no tratamento da doença falciforme é debatido em simpósio


25.11.2013

Qual o papel da enfermeira no tratamento da doença falciforme? O tema foi debatido durante o VII Simpósio Brasileiro de Doença Falciforme, ocorrido no Centro de Convenções da Bahia entre os dias 20 e 23 de novembro. Com o propósito de discutir, no âmbito do cuidado, da atenção e das inovações tecnológicas normatizadas no Sistema Único de Saúde (SUS), as novidades voltadas para as pessoas com DF, o evento contou com palestra da enfermeira coordenadora dos programas abrangentes da Hematologia no Centro Infantil Boldrini – Campinas (S), Carmen C. Mello Rodrigues, sobre o papel da enfermeira na aderência à assistência multiprofissional e seus desafios.

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O papel da enfermeira no tratamento da doença falciforme é fundamental, na visão de Carmen Rodrigues. Cabe a esta profissional, segundo ela, fornecer o cuidado ao paciente e aos familiares; educar o paciente sobre a doença, para que eles consigam lidar melhor com sua condição; e educar os membros da família, para que haja apoio mais intenso no tratamento. Além disso, a enfermeira precisa saber trabalhar em equipe; conhecer os protocolos de diretrizes de tratamento e os efeitos adversos; conhecer os riscos e benefícios de cada tratamento; conhecer estratégias de avaliação de adesão; promover discussões de atualização e casos; e ter ciência sobre a legislação específica.

Para ela, no entanto, alguns desafios precisam ser superados para a formação de enfermeiras especialistas no tratamento da DF. Além da complexidade da doença, Carmen enumera os seguintes fatores: pequeno número de enfermeiras envolvidas com casos da doença; a alta rotatividade destas profissionais, já que é raro uma mesma enfermeira acompanhar o paciente durante todo o seu tratamento; a ausência de programas organizados em escolas de enfermagem ou no currículo das universidades; a falta de enfermeiras específicas para programas deste tipo; e a falta de vínculo. “É importante se envolver e se importar, caso contrário não haverá comunicação eficaz”, afirma Carmen.

Aderência – Em sua explanação, a enfermeira pontuou o conceito de aderência, indicando que esta vai além do simples seguimento da prescrição de saúde e envolve componentes respectivos à saúde, ao paciente, à família. “O profissional de enfermagem precisa levar em consideração a vontade do indivíduo em colaborar com seu tratamento e não apenas a vontade do profissional em tratar. O processo deve ser um compartilhar de opiniões e decisões”, destaca.

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Para Carmen, a educação é fundamental no tratamento da DF. “A educação está intrinsecamente ligada à adesão. A comunicação é uma peça chave na adesão. Não pode ser uma via de mão única, o profissional precisa ler os sinais não verbais demonstrados pelo paciente, para identificar se ele está atento às informações”, ressalta. Para ela, o profissional de enfermagem precisa ter habilidades específicas para lidar com os portadores de DF, como boa comunicação e capacidade de ouvir, capacidade de ensinar, boa compreensão das doenças crônicas e hereditárias, boa compreensão do papel da família, conhecer o paciente e sua família e conhecer a doença.

Segundo ela, o profissional de enfermagem precisa conhecer os recursos locais relativos ao tratamento, exames e transporte, por exemplo, e interceder pelo paciente. Precisa conhecer sua rotina fora do hospital, seus hábitos e horários, para que possa efetivamente contribuir para a adesão do paciente ao tratamento. Para o futuro, ela visualiza a necessidade da disponibilização de cursos bem desenhados em doença falciforme, como parte da formação geral da enfermeira; de cursos de prática avançada; e de workshops para as novas enfermeiras.

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